29 outubro 2024

Gleisi acusa Padilha de ofender o PT após eleição


Presidente nacional do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR), criticou o colega de partido e ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, em discussão a respeito do resultado do partido nas eleições municipais. A Executiva Nacional da sigla se reúne nesta segunda-feira (28/10) em Brasília para discutir o pleito deste ano.

Gleisi reagiu a uma ironia de Padilha que, mais cedo nesta segunda, comparou o desempenho do PT nas municipais à zona de rebaixamento do campeonato brasileiro, o Brasileirão. Ele salientou que o partido tem colhido resultados ruins desde 2016.

“O PT é o campeão nacional das eleições presidenciais, mas, na minha avaliação, não saiu ainda do Z4 que entrou em 2016, nas eleições municipais. Então, teve conquistas importantes, a eleição na capital, elegeu cidades importantes neste 2º turno, mas ainda tem um esforço de recuperação”, afirmou o ministro responsável pela articulação política do governo Lula.

A presidente do partido respondeu em post nas redes sociais, também nesta segunda: “Temos de refrescar a memória do ministro Padilha, o que aconteceu conosco desde 2016 e a base de centro e direita do Congresso que se reproduz nas eleições municipais, que ele bem conhece. Pagamos o preço, como partido, de estar num governo de ampla coalizão. E estamos numa ofensiva da extrema direita. Ofender o partido, fazendo graça, e diminuir nosso esforço nacional não contribui para alterar essa correlação de forças”, escreveu a deputada.

“Padilha devia focar nas articulações políticas do governo, de sua responsabilidade, que ajudaram a chegar a esses resultados. Mais respeito com o partido que lutou por Lula Livre e Lula Presidente, quando poucos acreditavam”, completou Gleisi.

Em coletiva a jornalistas, Gleisi também pontuou que havia expectativas de pessoas de fora do partido sobre o desempenho do PT nas eleições municipais. Ela ainda salientou que ter o governo federal, como é o caso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não é refletido necessariamente em um maior número de prefeituras conquistadas.

“É óbvio que, por ter a presidência da República, havia uma expectativa do PT ter números maiores do que tem. Eu diria que até uma expectativa mais externa do que interna. Mas havia essa expectativa. E isso mostra que o fato de você ter o governo federal não quer dizer que você vai ter vitórias nas eleições municipais. Assim como você ter a maioria dos prefeitos nos municípios não significa que você vai ser derrotado nas eleições nacionais”, enfatizou a presidente do PT.

Vale ressaltar que Lula conquistou o Palácio do Planalto, em 2022, após o PT tem um baixo número de prefeitos eleitos em 2020.

Metrópoles

28 outubro 2024

PSDB cresce e PSB encolhe em PE


A vitória de Ramos (PSDB) em Paulista desempatou uma disputa pelo número de prefeituras pernambucanas entre PSB e PSDB também. Agora, o partido da governadora tem uma prefeitura a mais do que o PSB de Campos (32 x 31).

O crescimento dos tucanos é impressionante, porque o partido tinha eleito apenas cinco prefeitos em 2020 e agora passa de 30. Já os socialistas caíram ao longo dos últimos anos. Chegaram à eleição de 2020 com 70 prefeituras, elegeram naquele ano pouco mais de 50 e, quatro anos depois, terminam a campanha com 19 cidades a menos.

A força de ser a governadora do Estado conta, é verdade. Mas é a mesma governadora que, os adversários diziam alguns meses antes, não tinha a menor chance de sair vitoriosa de uma eleição. Mudou algo ou calcularam errado?

Somando os candidatos do PSDB e do PSD (que muitos consideram ser o futuro partido de Raquel e que já está com ela), o número de prefeitos já passa de 50. Quando são acrescidos todos os que tiveram apoio do Palácio este ano, a conta sobe para algo além de 100 prefeitos.

JC

Os grandes vencedores e perdedores das eleições municipais


Com o segundo turno das eleições municipais neste domingo (27/10), ficou mais claro quem foram os vencedores e perdedores na política brasileira em 2024.

Entre os grandes vencedores destas eleições estão: o Centrão, a direita e centro-direita, que juntos, vão comandar a maior parte das prefeituras do Brasil.

O destaque fica com o PSD de Gilberto Kassab, partido que obteve o maior número de prefeituras no país, desbancando o MDB.

O PSD também vai administrar o maior número de capitais: cinco (Florianópolis, Rio de Janeiro, São Luís, Curitiba e Belo Horizonte) - mesmo número do MDB, que vai administrar Macapá, Boa Vista, Porto Alegre, Belém e São Paulo.

No segundo turno, também saíram vitoriosos governadores da direita que se sobressaíram frente a um "bolsonarismo raiz".

É o caso de Ronaldo Caiado (União), de Goiás, que elegeu Sandro Mabel (União) na capital Goiânia, e Ratinho Júnior (PSD), do Paraná, que elegeu Eduardo Pimentel (PSD) em Curitiba.

O PL do ex-presidente Jair Bolsonaro conseguiu aumentar em 50% o número de prefeituras conquistadas, mas teve derrotas em cidades importantes no segundo turno, como Fortaleza, Goiânia, Belém e Manaus.

Já o PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva registrou um aumento no número de prefeituras comandadas em comparação a 2020, mas muito atrás dos partidos de direita.

Neste segundo turno, porém, o partido conseguiu uma vitória importante em Fortaleza, única capital que irá comandar.

Entre os grandes derrotados destas eleições estão, de acordo com os analistas: o PSDB, partido que já ocupou a Presidência do país por duas vezes e que tinha uma virtual hegemonia sobre a política de São Paulo - e não elegeu sequer um vereador na capital paulista; e o PDT e o clã da família de Ciro Gomes no Ceará.

Mas até entre os derrotados também há ressalvas: Pablo Marçal (PRTB) não passou ao segundo turno da capital paulista, mas se consagrou como um dos fenômenos da eleição.

BBC News Brasil

PL de Bolsonaro ganha em 4 capitais, e PT de Lula, em 1


O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, conquistou quatro capitais nas Eleições 2024. Já o PT, sigla do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, saiu com um candidato vitorioso.

Ao todo, 26 capitais estavam em disputa. Com os resultados do 2º turno neste domingo (27), o PL ficou entre os partidos que mais conquistaram prefeituras nas principais cidades do país.

MDB e PSD ganharam em 5 capitais,
União Brasil e PL venceram em 4 capitais;
Podemos e PP ganharam em 2 capitais;
Avante, PSB, PT e Republicanos venceram em 1 capital.
Clique aqui para ver o detalhamento dos vencedores.

Resultados do PL

O partido do ex-presidente Bolsonaro entrou na eleição com candidatos próprios em 14 capitais. Dois foram eleitos já no 1º turno: JHC, que foi reeleito em Maceió (AL), e Tião Bocalom, reeleito em Rio Branco (AC).

Neste domingo, foram duas novas vitórias: com Abílio Brunini, em Cuiabá (MT), e Emília Corrêa, em Aracaju (SE).

Resultados do PT

O partido do presidente Lula iniciou a eleição com 13 candidatos próprios, mas venceu apenas em Fortaleza (CE), com Evandro Leitão. A disputa foi uma das mais apertadas do Brasil.

Evandro Leitão foi eleito prefeito da capital cearense com 50,38% dos votos válidos, contra o candidato André Fernandes, do PL. A diferença foi de apenas 0,76%.

Apesar do resultado fraco, houve uma melhora para a performance do PT, que não vencia em capitais desde 2016.

G1

46 municípios brasileiros podem ter novas eleições para prefeitos em 2025


Passado o segundo turno das eleições municipais de 2024, é possível ocorra um novo pleito em 46 municípios brasileiros. Nessas localidades, os prefeitos eleitos estão com suas candidaturas sub judice, sendo investigadas pela Justiça Eleitoral. Em caso de decisão desfavorável até 1º de janeiro, a eleição é anulada e deverá ser feito um novo pleito.

As investigações pendentes são sobre elegibilidade do candidato e compra de votos. De acordo com o consultor legislativo do Senado Arlindo Fernandes, em entrevista para a Rádio Senado, essas duas situações são as mais corriqueiras durante o processo eleitoral.

“Essa eleição é declarada anulada e é obrigatória a realização de uma nova eleição. Outra mudança foi sobre os efeitos dos votos dados a vereadores nas eleições. Atualmente os votos são também entendidos nulos e é feito todo recálculo das vagas que correspondem aos partidos com os votos remanescentes”, explicou Fernandes.

Caso a decisão não seja tomada até 1º de janeiro, os prefeitos e vereadores com candidaturas sub judice, tomam posse normalmente enquanto a ação na justiça continua. Se forem condenados após a posse, haverá a perda do mandato destes candidatos.

*Com informações da Rádio Senado

Raquel Lyra, a grande vitoriosa do segundo turno em PE


Atribuir qualquer derrota a João Campos (PSB) no primeiro turno era uma injustiça. Ele foi o grande vencedor do Recife, uma cidade com 1,4 milhão de habitantes, e por estar fazendo campanha na capital ficava impossibilitado de se envolver com empenho nas outras cidades.

Até então era possível dizer que Raquel Lyra (PSDB) venceu, mas Campos não havia perdido. No segundo turno isso muda, por uma questão de prática discursiva e ação direta. As campanhas de Olinda e Paulista, ambas na Região Metropolitana do Recife onde se dizia que a popularidade da governadora era “pífia” e a do prefeito do Recife era “estrondosa”, tornaram-se campos de batalha de uma “guerra fria” entre os dois grupos, com possibilidade iguais de envolvimento. Dessa vez, as duas vitórias de Raquel são duas derrotas de João. E são bem simbólicas.

Em Paulista, o prefeito do Recife sabia desde o início que a missão era difícil, mas não deixou de apoiar Júnior Matuto (PSB). Aliás, verdade seja dita, o grupo de Matuto em Paulista precisa reconhecer e ser grato ao socialista vizinho, porque o candidato não tinha qualquer chance de vitória, nunca teve. E ainda assim ninguém pode falar em abandono.

A eleição já estava definida nos últimos dias e Campos seguiu participando de atividades de campanha com Matuto. Fica aí uma característica importante e necessária para quem quer ser líder político. É que a derrota fortalece laços e saber perder em união galvaniza apoios futuros. Campos foi muito correto com o aliado, embora já soubesse que estava derrotado desde a primeira semana do segundo turno.
Derrota apesar do esforço

Em Olinda, o empenho foi ainda maior. O socialista abraçou a campanha de Vinicius Castello (PT) como se sua fosse. A coluna teve informações de que integrantes da equipe de Campos foram deslocados para a campanha do petista. Vereadores da base do PSB também foram acionados para ajudar na mobilização na cidade vizinha.

Os grandes eventos realizados no segundo turno e as mudanças de palanque que aconteceram no segundo turno, com integrantes da base do atual prefeito Lupércio (PSD) pulando para o lado de Vinicius tiveram influência direta do trabalho de articulação de Campos. Sem falar nos vídeos, carreatas e discursos do socialista.

É importante reconhecer o empenho do prefeito do Recife, para justificar o título desse texto indicando que Raquel Lyra venceu e João foi derrotado. Não houve ausência justificada de Campos, como aconteceu em Caruaru no primeiro turno quando lançou candidato com seu apoio, José Queiroz (PDT), e ele terminou derrotado. Dessa vez ele participou ativamente, mas não deu.

JC