Até então era possível dizer que Raquel Lyra (PSDB) venceu, mas Campos não havia perdido. No segundo turno isso muda, por uma questão de prática discursiva e ação direta. As campanhas de Olinda e Paulista, ambas na Região Metropolitana do Recife onde se dizia que a popularidade da governadora era “pífia” e a do prefeito do Recife era “estrondosa”, tornaram-se campos de batalha de uma “guerra fria” entre os dois grupos, com possibilidade iguais de envolvimento. Dessa vez, as duas vitórias de Raquel são duas derrotas de João. E são bem simbólicas.
Em Paulista, o prefeito do Recife sabia desde o início que a missão era difícil, mas não deixou de apoiar Júnior Matuto (PSB). Aliás, verdade seja dita, o grupo de Matuto em Paulista precisa reconhecer e ser grato ao socialista vizinho, porque o candidato não tinha qualquer chance de vitória, nunca teve. E ainda assim ninguém pode falar em abandono.
A eleição já estava definida nos últimos dias e Campos seguiu participando de atividades de campanha com Matuto. Fica aí uma característica importante e necessária para quem quer ser líder político. É que a derrota fortalece laços e saber perder em união galvaniza apoios futuros. Campos foi muito correto com o aliado, embora já soubesse que estava derrotado desde a primeira semana do segundo turno.
Derrota apesar do esforço
Em Olinda, o empenho foi ainda maior. O socialista abraçou a campanha de Vinicius Castello (PT) como se sua fosse. A coluna teve informações de que integrantes da equipe de Campos foram deslocados para a campanha do petista. Vereadores da base do PSB também foram acionados para ajudar na mobilização na cidade vizinha.
Os grandes eventos realizados no segundo turno e as mudanças de palanque que aconteceram no segundo turno, com integrantes da base do atual prefeito Lupércio (PSD) pulando para o lado de Vinicius tiveram influência direta do trabalho de articulação de Campos. Sem falar nos vídeos, carreatas e discursos do socialista.
É importante reconhecer o empenho do prefeito do Recife, para justificar o título desse texto indicando que Raquel Lyra venceu e João foi derrotado. Não houve ausência justificada de Campos, como aconteceu em Caruaru no primeiro turno quando lançou candidato com seu apoio, José Queiroz (PDT), e ele terminou derrotado. Dessa vez ele participou ativamente, mas não deu.
JC
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