28 outubro 2024

Raquel Lyra, a grande vitoriosa do segundo turno em PE


Atribuir qualquer derrota a João Campos (PSB) no primeiro turno era uma injustiça. Ele foi o grande vencedor do Recife, uma cidade com 1,4 milhão de habitantes, e por estar fazendo campanha na capital ficava impossibilitado de se envolver com empenho nas outras cidades.

Até então era possível dizer que Raquel Lyra (PSDB) venceu, mas Campos não havia perdido. No segundo turno isso muda, por uma questão de prática discursiva e ação direta. As campanhas de Olinda e Paulista, ambas na Região Metropolitana do Recife onde se dizia que a popularidade da governadora era “pífia” e a do prefeito do Recife era “estrondosa”, tornaram-se campos de batalha de uma “guerra fria” entre os dois grupos, com possibilidade iguais de envolvimento. Dessa vez, as duas vitórias de Raquel são duas derrotas de João. E são bem simbólicas.

Em Paulista, o prefeito do Recife sabia desde o início que a missão era difícil, mas não deixou de apoiar Júnior Matuto (PSB). Aliás, verdade seja dita, o grupo de Matuto em Paulista precisa reconhecer e ser grato ao socialista vizinho, porque o candidato não tinha qualquer chance de vitória, nunca teve. E ainda assim ninguém pode falar em abandono.

A eleição já estava definida nos últimos dias e Campos seguiu participando de atividades de campanha com Matuto. Fica aí uma característica importante e necessária para quem quer ser líder político. É que a derrota fortalece laços e saber perder em união galvaniza apoios futuros. Campos foi muito correto com o aliado, embora já soubesse que estava derrotado desde a primeira semana do segundo turno.
Derrota apesar do esforço

Em Olinda, o empenho foi ainda maior. O socialista abraçou a campanha de Vinicius Castello (PT) como se sua fosse. A coluna teve informações de que integrantes da equipe de Campos foram deslocados para a campanha do petista. Vereadores da base do PSB também foram acionados para ajudar na mobilização na cidade vizinha.

Os grandes eventos realizados no segundo turno e as mudanças de palanque que aconteceram no segundo turno, com integrantes da base do atual prefeito Lupércio (PSD) pulando para o lado de Vinicius tiveram influência direta do trabalho de articulação de Campos. Sem falar nos vídeos, carreatas e discursos do socialista.

É importante reconhecer o empenho do prefeito do Recife, para justificar o título desse texto indicando que Raquel Lyra venceu e João foi derrotado. Não houve ausência justificada de Campos, como aconteceu em Caruaru no primeiro turno quando lançou candidato com seu apoio, José Queiroz (PDT), e ele terminou derrotado. Dessa vez ele participou ativamente, mas não deu.

JC

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