Imagem: Reprodução
Em seu documento Retratos da Sociedade Brasileira – Perspectivas para as eleições de 2018, a Confederação Nacional das Indústrias e o Ibope trazem um dado relevante e assustador: o brasileiro está desanimado para votar. A pesquisa foi feita em 127 municípios entre os dias 7 e 10 de dezembro de 2017 e ouviu duas mil pessoas. A apuração tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
O estudo aponta uma preocupação sociopolítica, já que quase metade da população do país se diz pessimista com relação às eleições deste ano. A maior causa para essa falta de esperança está na corrupção que assola a esfera pública e seus governantes. Para o jornalista Hudson de Carvalho, especializado na área política e econômica, esse quadro é coerente com o momento. Não há entusiasmo pela eleição presidencial, até porque as crises econômica e moral potencializam a desesperança.
A pesquisa reforça o sabido: a maioria das pessoas vota em nomes e não em partidos. O dado de que só 48% não possuem preferência partidária parece subestimado. Deve ser muito mais. No entanto, se é verdade que o PT ainda retém 19% dos simpatizantes, ou seja, quase um em cada cinco eleitores, isso significa que o partido não está morto para o processo eleitoral, com ou sem Lula candidato.
Hudson também explica que a supervalorização da honestidade, na prática, é relativa. Ele exemplifica: Se o eleitor, por razões diversas, tiver ojeriza ao candidato A, ele não irá votar em A nem se A tiver certificado de honesto. Por outro lado, se o eleitor se identificar com o candidato B, pelo que o candidato B representa, ele tende a votar em B, mesmo que haja dúvidas sobre a retidão de B. Portanto, conceitualmente, o quesito honestidade é importante, mas não é definidor para a maioria dos eleitores, que faz a sua opção balizando uma cesta de valores, e não apenas um item.
A pesquisa também apontou que 84% dos eleitores concordam totalmente ou em parte que estudam as propostas dos candidatos para decidir o voto. Apesar disso, 75% dos brasileiros afirmam não acreditar em promessas de campanha dos candidatos. Veja a seguir alguns dados levantados sobre Perspectivas para as Eleições de 2018:
- 44% estão pessimistas para votar;
- 23% nem estão otimistas nem pessimistas para votar;
- 20% estão otimistas para votar;
- 13% não sabem ou não responderam;
- 48% não manifestam preferência ou simpatia por nenhum partido específico;
- 72% concordam totalmente ou em parte com a possibilidade de votar no candidato que gosta, independentemente do partido em que esteja;
- 30% estão desanimados devido à corrupção;
- 19% estão desanimados devido à falta de confiança no governo e nos candidatos;
- 16% está desanimados devido a falta de opção entre os pré-candidatos.
Categorização da resposta aberta quanto ao motivo de estar pessimista em relação à eleição presidencial de 2018:
- Corrupção – 30%
- Não confiam mais no governo/nos candidatos – 19%
- Não têm opção entre os pré-candidatos – 16%
- Mesmos candidatos de sempre/falta renovação/não há mudança – 11%
- Políticos não fazem nada pela população/não cumprem o que prometem – 7%
- Não confiam no processo eleitoral/vota nulo/branco/não quer votar – 5%
- Problemas econômicos/sociais – 4%
- Medo de situação piorar ainda mais – 3%
- Candidatos não têm boas propostas – 1%
- Citou o Bolsonaro (porque não quer o Bolsonaro como presidente) – 1%
- Citou o Lula (porque quer o Lula como presidente) – 1%
- Citou o Lula e/ou PT (porque não quer o Lula como presidente) – 1%
- Governo atual é ruim – 1%
- Incerteza – 1%
- Não sabe quem são os candidatos – 1%
- Outros – 4%
- Não sabe/não respondeu – 6%
Pleno News
Nenhum comentário:
Postar um comentário